quinta-feira, 30 de março de 2017

Pobre futebol, pobre país

O LADO NEGRO DO FUTEBOL PORTUGUÊS

«É difícil encontrar ângulos novos de observação e palavras de esperança. A indústria do futebol, porque é disso que se trata, é – como aqui escrevi há apenas uma semana – absolutamente esquizofrénica em Portugal. E somos sempre capazes de descer mais baixo ou, na melhor das piores hipóteses, de repetir situações bastante estúpidas que todos já vimos, muitos criticámos e, sobre as quais, quem de direito, lavou as mãos como Pilatos.

Não, não foi porque o Benfica o pediu – até porque o fez em causa própria e de maneira pouco decente – mas está mais do que na hora dos principais responsáveis a Federação e da Liga tomarem atitudes públicas e claras sobre as arbitragens, as claques, os castigos. Para citar alguns dos temas em cima da mesa.

Sabemos que Fernando Gomes, pela sua natureza, gosta mais de fazer do que de falar, mas o seu silêncio – até em nome da separação de poderes – está a abrir caminho para que a podridão se instale e alastre. Não pode ser. 

Vejamos os mais recentes e tristes episódios. O caso da ‘claque’ da Selecção no Estádio da Luz não é mais do que o aproveitamento clubístico do escudo de Portugal. É uma vergonha. Uma macacada em vários actos, e nunca saberemos onde está a verdade – ou seja quem provocou primeiro. Uns e outros são capazes de o fazer. Uma claque em pleno país escoltada pela polícia? Tenham dó. Dito isto não era necessário o comunicado da Federação para ter a certeza que não saiu da cabeça dos dirigentes federativos aquele inusitado carrossel, mas que terá que sair agora das suas cabeças a forma de travar no futuro ideia tão peregrina. O apoio à Selecção é tanto melhor se for genuíno.

Noutro plano os castigos ao presidente do Sporting e a Octávio Machado são uma indecência. Pela forma. Pela duração. São eles absolutamente inocentes? Não, não lhes dou esse beneplácito. Sublinho, ainda assim, que estamos – no caso de BdC no domínio da opinião, se há crime é de delito de opinião, algo que foi banido da ordem jurídica portuguesa em 1976. 

Agora o que sucedeu e da forma como sucedeu só descredibiliza as instituições e dá razão ao grito de revolta do presidente do Sporting. A Justiça em Portugal é, em geral, o que se sabe. No futebol é igual ou pior. Que tristeza. Está na hora de inverter o estado a que isto chegou.»
 
 
 Completamente de acordo com o texto de Nuno Santos o qual, pela isenção que vem revelando nos seus artigos, tem vindo a justificar o apreço que por ele sinto.
 
Saudações Leoninas

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