sexta-feira, 4 de agosto de 2017

O Sonho alimenta a vida

Porque foi esta a formação que recebi desde o berço, porque a mim, que sou Sporting Clube de Portugal, me toca de forma entusiasmante e porque representa o meu ardente anseio de que possamos no fim da época que agora começa estar no Marquês a festejar a Glória alcançada.
A festejar mas de cabeça bem erguida, conscientes de que foi alcançada com esforço, dedicação e devoção mas também, como diz o autor,com «honradez, respeito e integridade».

Com a devida vénia e consideração, transcrevo o postal do Pedro Azevedo  no És a nossa Fé
 
Ética - O Sucesso
Pedro Azevedo
 
Na antecâmara do início das competições profissionais em Portugal e a propósito do clima tenso que se vive no nosso futebol, importa reflectir no seguinte: sucesso é muito mais do que simplesmente vencer, é também a forma como o procuramos. A forma como ESCOLHEMOS procurar o sucesso, define-nos.
O "Wunderteam" austríaco de Mathias Sindelar, dos anos 30, a Hungria, de Kocsis, Hidegkuti e Puskas, da década de 50, a Holanda, de Crujff, Rep e Neeskens, de 74, ou o Brasil, de Zico, Sócrates e Falcão, de 82, nada ganharam mas entraram no coração das pessoas.
Racionalmente, olhando para as estatísticas, essas equipas não foram campeãs, mas granjearam o amor de quem as viu, ouviu ou leu, pela forma como procuravam vencer, com respeito pelos espectadores, oferecendo-lhes um belo espectáculo, sempre com "fair-play". Alguns dirão que eram românticos, que nada ganharam, como se ganhar fosse a única coisa importante na vida. E o que deram a todos os que gostam de um jogo bem pensado e bem jogado, os adeptos que trouxeram para o desporto-Rei? Claro que quem vence escreve a história a números, mas futebol não é matemática, muito menos estatística, é alma, é coração, é emoção e, por isso, escolhamos nós, sportinguistas, a forma como queremos ganhar e não nos afastemos NUNCA desse caminho. A cultura desta modalidade está totalmente inquinada, mas quem entra (ou entrar) por outros caminhos pode conseguir alienar as "massas" durante algum tempo, mas bem dentro de si sentirá o vazio profundo.
Vem aí uma nova época e com ela uma nova Era, a Era do Vídeo-Árbitro - que adicionará transparência ao jogo - e, espera-se, a Era da uniformidade disciplinar, da publicação dos relatórios tanto dos árbitros como dos delegados da Liga.
Procuremos então dar tudo dentro de nós, com esforço, dedicação e devoção para conseguirmos vencer nos nossos termos: com honradez, respeito e integridade. E assim, atingirmos a glória e provarmos ao mundo a veracidade da repetida afirmação de que somos um clube diferente.
Quando uma equipa fica para a história com o epíteto de 5 violinos, não é só porque ganhou muitos títulos. Afinal, os "Fab 5" só jogaram 3 anos juntos, embora aproveitando para arrecadar 3 campeonatos nacionais. O que criou a lenda foi a música que saía daqueles jogadores, o perfume do seu futebol, a afinação daquela máquina de jogar à bola. O braço partido com que Azevedo, mítico guarda-redes, regressa a campo (na época não eram permitidas substituições), tudo defende e permite-nos vencer fora o Benfica; ou quando Peyroteo, em 48, última jornada do campeonato, o Sporting a precisar de vencer por 3 golos no campo do rival - campeonato que ficou conhecido como o do pirolito - e o melhor ponta-de-lança de sempre a marcar os 4 golos da vitória (4-1), depois de não ter dormido de noite, cheio de febre. Isto sim, é o Sporting!
Não queremos vitórias a qualquer preço. Não queremos cartilhas, nem episódios de violência. O contrário é que nos deveria fazer corar de vergonha e deslustraria o nosso ADN centenário feito de vitórias assentes nas nossas escolhas.
VIVA o SPORTING e viva o futebol naquilo que tem de mais puro, a bola, a relva e as bancadas cheias, e de mais belo, os jogadores! 

O Sonho alimenta esta vida ansiosa por uma vitória destas.

Saudações Leoninas

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