Porque foi esta a formação que recebi desde o berço, porque a mim, que sou Sporting Clube de Portugal, me toca de forma entusiasmante e porque representa o meu ardente anseio de que possamos no fim da época que agora começa estar no Marquês a festejar a Glória alcançada.
A festejar mas de cabeça bem erguida, conscientes de que foi alcançada com esforço, dedicação e devoção mas também, como diz o autor,com «honradez,
respeito e integridade».
Com a devida vénia e consideração, transcrevo o postal do Pedro Azevedo no És a nossa Fé
Na antecâmara do início das competições profissionais em Portugal e a
propósito do clima tenso que se vive no nosso futebol, importa
reflectir no seguinte: sucesso é muito mais do que simplesmente vencer, é também a forma como o procuramos. A forma como ESCOLHEMOS procurar o sucesso, define-nos.
O "Wunderteam" austríaco de Mathias Sindelar, dos anos 30, a Hungria,
de Kocsis, Hidegkuti e Puskas, da década de 50, a Holanda, de Crujff,
Rep e Neeskens, de 74, ou o Brasil, de Zico, Sócrates e Falcão, de 82,
nada ganharam mas entraram no coração das pessoas.
Racionalmente, olhando para as estatísticas, essas equipas não foram
campeãs, mas granjearam o amor de quem as viu, ouviu ou leu, pela forma
como procuravam vencer, com respeito pelos espectadores, oferecendo-lhes
um belo espectáculo, sempre com "fair-play". Alguns dirão que eram
românticos, que nada ganharam, como se ganhar fosse a única coisa
importante na vida. E o que deram a todos os que gostam de um jogo bem
pensado e bem jogado, os adeptos que trouxeram para o desporto-Rei?
Claro que quem vence escreve a história a números, mas futebol não é
matemática, muito menos estatística, é alma, é coração, é emoção e, por
isso, escolhamos nós, sportinguistas, a forma como queremos ganhar e não
nos afastemos NUNCA desse caminho. A cultura desta modalidade está totalmente inquinada,
mas quem entra (ou entrar) por outros caminhos pode conseguir alienar
as "massas" durante algum tempo, mas bem dentro de si sentirá o vazio
profundo.
Vem aí uma nova época e com ela uma nova Era, a Era do Vídeo-Árbitro -
que adicionará transparência ao jogo - e, espera-se, a Era da
uniformidade disciplinar, da publicação dos relatórios tanto
dos árbitros como dos delegados da Liga.
Procuremos então dar tudo dentro de nós, com esforço, dedicação e
devoção para conseguirmos vencer nos nossos termos: com honradez,
respeito e integridade. E assim, atingirmos a glória e provarmos ao
mundo a veracidade da repetida afirmação de que somos um clube
diferente.
Quando uma equipa fica para a história com o epíteto de 5 violinos,
não é só porque ganhou muitos títulos. Afinal, os "Fab 5" só jogaram 3
anos juntos, embora aproveitando para arrecadar 3 campeonatos nacionais.
O que criou a lenda foi a música que saía daqueles jogadores, o perfume
do seu futebol, a afinação daquela máquina de jogar à bola. O braço
partido com que Azevedo, mítico guarda-redes, regressa a
campo (na época não eram permitidas substituições), tudo defende e
permite-nos vencer fora o Benfica; ou quando Peyroteo,
em 48, última jornada do campeonato, o Sporting a precisar de vencer por
3 golos no campo do rival - campeonato que ficou conhecido como o do
pirolito - e o melhor ponta-de-lança de sempre a marcar os 4 golos da
vitória (4-1), depois de não ter dormido de noite, cheio de febre. Isto
sim, é o Sporting!
Não queremos vitórias a qualquer preço. Não queremos cartilhas, nem
episódios de violência. O contrário é que nos deveria fazer corar de
vergonha e deslustraria o nosso ADN centenário feito de vitórias
assentes nas nossas escolhas.
VIVA o SPORTING e viva o futebol naquilo que tem de mais puro, a bola, a relva e as bancadas cheias, e de mais belo, os jogadores!
O Sonho alimenta esta vida ansiosa por uma vitória destas.
Saudações Leoninas
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